sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Uma Breve História dos Bondes em Belém

Largo da Pólvora, Belém
Largo da Pólvora, Belém
Foto publicada na página 896 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra é ricamente ilustrada (embora não identificando os autores das imagens), incluindo estas fotos.

Estrada de Nazareth, Belém
Foto publicada na página 898 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Bonde passando defronte à Igreja da Sé, em Belém
Foto publicada na página 900 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA


A primeira empresa de bondes na capital paraense foi organizada em 1868 pelo cônsul dos Estados Unidos em Belém, o industrial James Bond. Por isso, historiadores locais afirmam que o nome dele foi a origem da palavra "bond", aportuguesada como "bonde", para designar tais veículos.

A Linha de Nazareth, primeira linha de bonde Belém, e uma das primeiras à vapor no Brasil, ligando o Largo da Sé ao Largo do Nazaré, foi inaugurada em 1/9/1869, com bitola de 1.435 mm, usando três locomotivas e dois carros de passageiros.

Bond vendeu seu sistema em 1870 a Manoel Bueno, que formou a Companhia Urbana de Estrada de Ferro Paraense. No mesmo ano a Companhia de Bonds Paraense inaugurou sua primeira linha de bondes com tração animal, em bitola de 750 mm. No ano seguinte a Companhia Urbana inaugura o primeiro trecho da Linha do Marco até São Brás. Em 1883 já existiam 30 km de linhas, entre bondes a vapor ou com tração animal.

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA

A Companhia Urbana assumiu todo o sistema em 1894 e contratou a Siemens & Halske, de Berlim (Alemanha), para instalar a iluminação pública e um sistema de bondes elétricos. Mas os alemães só fizeram a primeira parte.

Praça Portugal, em cartão postal de 1948
Foto: acervo do pesquisador Marcello Tálamo

O sistema de bondes elétricos de Belém permaneceu britânico em toda a sua existência, inclusive observando regulamentos rígidos, como o de que um veículo de primeira classe não poderia parar para um passageiro vestido inapropriadamente ou de forma incompleta.

Avenida 15 de Agosto, em cartão postal de 1948
Foto: acervo do pesquisador Marcello Tálamo

Mas, ao contrário dos veículos de Manaus, os bondes elétricos em Belém trafegaram sempre pelo lado direito, nas vias de mão dupla.

Em 1940, vinte bondes fechados foram adquiridos em segunda-mão de Cardiff (em Wales, na Grã-Bretanha). Eles eram os únicos que um visitante encontraria rodando em Belém em 1946. O sistema de bondes dessa cidade paraense foi o primeiro grande sistema brasileiro a fechar, o que ocorreu por razões financeiras, em 27/4/1947.

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