sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Linha do Marco

 A Linha do Marco teve seu primeiro trecho inaugurado em 7 de Setembro de 1871 pela Companhia Urbana de Estrada de Ferro Paraense. Ao que tudo indica, ela Partia do Largo de Nazareth, e certamente até São Brás trafegando a Av. Independência (atual Av. Magalhães Barata). A linha possuía 4,109 km de extensão. Era de fato uma continuação da Linha de Nazareth, que fazia o trajeto Largo da Sé - Largo de Nazaré. A inauguração do primeiro trecho - Largo de Nazaré até São Brás - ocorreu ainda durante a expansão da linha ao 1º marco da légua.


Posteriormente, a linha foi extendida até o 1º marco da légua patrimonial.


Companhia de Bonds Paraense

Com a possibilidade de explorar a demanda crescente pelos transportes públicos, em 3 de Novembro de 1881, o bacharel Felipe José de Lima assina contrato com a Intendência Municipal, instituindo, com pequeno capital, uma nova concessionária de transportes urbanos. A Companhia de Bonds Paraense, que inaugurava novas linhas de carros com tração animal, trafegando em bitolas menores, de 0,75 m, ligaria o Arsenal da Marinha (na época denominado Largo de Bagé), no final da antiga Estrada das Mongubeiras (atual Av. Almirante Tamandaré) até o Curro (na atual Djalma Dutra), percorrendo, assim, a distância de sete quilômetros. Contando Belém com duas concessionárias disputando passageiros, já em 1883, havia 30 km de linhas, entre bondes de tração animal e a vapor.

O Bonde de Santo Antônio do Prata (Pará)

Por volta de 100 km a oeste de Belém, um Bonde de 600mm de bitola curta, movido à tração Animal operou entre a Estação Igarapé-Açu e a Ferrovia Bragança, e um orfanato, em Santo Antônio do Prata. A linha de 21 km, foi inaugurada em 1907, e substituída por um ramo da ferrovia à vapor em 1914.

Cronologia: Evolução das Linhas de Bonde de Belém




01/09/1869 - Inauguração da Linha de Nazareth.

1870 - Fim da operação de Bondes movidos à Vapor.

07/09/1871 - Inauguração da Linha do Marco.

07/07/1879 - Inauguração da 3ª Linha pela concessionária Cia. Urbana.

15/08/1907 - Início da operação eletrificada no trecho da então Avenida São Jerônimo (hoje Avenida José Malcher).

21/7/1908 - Fim da Operação de Bondes com tração animal.

09/1926 - Inauguração da Linha da Pedreira pela concessionária Pará Electric.

1940 - Vinte bondes fechados foram adquiridos em segunda-mão de Cardiff (em Wales, na Grã-Bretanha).

27/4/1947 - O sistema de bondes de Belém foi o primeiro grande sistema brasileiro a fechar, o que ocorreu por razões financeiras.

Companhia Urbana de Estrada de Ferro Paraense

A primeira concessionária de transporte por bonde (tramways) de Belém foi criada em 1868 pelo então cônsul dos Estados Unidos em Belém, o industrial James B. Bond. Seus serviços de transporte coletivo, que inicialmente era uma linha de carris urbanos com tração a vapor, foram contratados pelo governo da província em 1.° de setembro de 1869. O concessionário, antes da inauguração da sua primeira linha, a Linha de Nazareth - mais tarde chamada de 1ª linha - transfere os direitos à firma Bueno & Cia., de propriedade de Manoel Antonio Pimenta Bueno, que então organiza uma Sociedade Anônima, sob a denominação da: "Companhia Urbana de Estrada da Ferro Paraense". Esta companhia era representada pelo comendador Antonio Homem de Loureiro Siqueira e os comerciantes José Francisco Linhares e E Scharamm. Os seus estatutos foram aprovados pelo decreto n.° 4.719 de 22 de agosto de 1871.

Em 7 de Setembro de 1871 a Companhia Urbana inaugura o primeiro trecho da Linha do Marco até São Brás. Enquanto mantinha em obras o trecho restante, financiado com empréstimo do Banco Mauá e Cia.

A Companhia Urbana finalmente assumiu todo o sistema em 1894 e contratou a Siemens & Halske, de Berlim (Alemanha), para instalar a iluminação pública e um sistema de bondes elétricos. Mas os alemães só fizeram a primeira parte.

A Companhia fabricava seus próprios bondes, a partir de materiais importados do exterior ou de materiais nacionais. A construção e manutenção dos bondes ocorriam nas suas três oficinas: de carpintaria, de ferraria e correaria.

A Linha de Bonde em Mosqueiro

Uma nova companhia, Empreza de Bonds do Mosqueiro, inaugurou sua linha de Bonde por tração animal em 10 de Janeiro de 1904. A Linha inicialmente se extendia de Mosqueiro indo até Chápeu Virado. Mais tarde, a linha foi expandida até Carananduba, numa distancia total de 10 km. A bitola do Bonde de Mosqueiro é desconhecida, mas se estima, considerando que os Bondes que trafegaram em Mosqueiro eram provenientes de Belém, que provavelmente foram de 750mm /29.5 polegadas.


A única pista, é a existência de dois pedidos nos livros de ordens da empresa Brill. 18405 de 19/6/1912 e 19121 de 18/9/1913, and the corresponding photograph reproduced herein.

Linha de Nazareth

A Linha de Nazareth, foi primeira linha de bonde em Belém, inaugurada durante o período de organização do então Cônsul dos Estados Unidos no Brasil, James Bond. Foi inaugurada em 01 de Setembro de 1869 com o seguinte trajeto: A linha começa no entorno do Largo da Sé, na então Rua Pedro Rayol (hoje Av. Padre Champagnat) e seguia pela Rua João Alfredo, Santo Antônio, e a sudoeste na Av. 15 de Agosto (hoje Pres. Vargas) e então Avenida Nazareth (Nazaré) para o Largo de Nazareth, sendo esta o fim desta linha e concomitantemente início da Linha do Marco.

Estrada de Nazareth, Belém
Foto publicada na página 898 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Foi uma das primeiras à vapor no Brasil, ligando o Largo da Sé ao Largo do Nazaré, possuindo a bitola de tipo Padrão (1.435 mm), usando três locomotivas e dois carros de passageiros, segundo relata o pesquisador estadunidense Allen Morrison.

Pará Electric Railways and Lighting Company

A Pará Electric Railways and Lighting Company, foi registrada em Londres em 25/7/1905. Em seguida comprou a então Companhia Urbana das Estradas de Ferro Paraense e encomendou à inglesa J. G. White & Co., de Londres, a instalação do sistema de bondes elétricos. Seus trabalhos começaram em 15/8/1906 e exatamente um ano depois foi inaugurada a operação na então Avenida São Jerônimo (hoje Avenida José Malcher).

Escritório Central
A Pará Electric entre 1933 e 1934


Uma Breve História dos Bondes em Belém

Largo da Pólvora, Belém
Largo da Pólvora, Belém
Foto publicada na página 896 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra é ricamente ilustrada (embora não identificando os autores das imagens), incluindo estas fotos.

Estrada de Nazareth, Belém
Foto publicada na página 898 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Bonde passando defronte à Igreja da Sé, em Belém
Foto publicada na página 900 da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA


A primeira empresa de bondes na capital paraense foi organizada em 1868 pelo cônsul dos Estados Unidos em Belém, o industrial James Bond. Por isso, historiadores locais afirmam que o nome dele foi a origem da palavra "bond", aportuguesada como "bonde", para designar tais veículos.

A Linha de Nazareth, primeira linha de bonde Belém, e uma das primeiras à vapor no Brasil, ligando o Largo da Sé ao Largo do Nazaré, foi inaugurada em 1/9/1869, com bitola de 1.435 mm, usando três locomotivas e dois carros de passageiros.

Bond vendeu seu sistema em 1870 a Manoel Bueno, que formou a Companhia Urbana de Estrada de Ferro Paraense. No mesmo ano a Companhia de Bonds Paraense inaugurou sua primeira linha de bondes com tração animal, em bitola de 750 mm. No ano seguinte a Companhia Urbana inaugura o primeiro trecho da Linha do Marco até São Brás. Em 1883 já existiam 30 km de linhas, entre bondes a vapor ou com tração animal.

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA

A Companhia Urbana assumiu todo o sistema em 1894 e contratou a Siemens & Halske, de Berlim (Alemanha), para instalar a iluminação pública e um sistema de bondes elétricos. Mas os alemães só fizeram a primeira parte.

Praça Portugal, em cartão postal de 1948
Foto: acervo do pesquisador Marcello Tálamo

O sistema de bondes elétricos de Belém permaneceu britânico em toda a sua existência, inclusive observando regulamentos rígidos, como o de que um veículo de primeira classe não poderia parar para um passageiro vestido inapropriadamente ou de forma incompleta.

Avenida 15 de Agosto, em cartão postal de 1948
Foto: acervo do pesquisador Marcello Tálamo

Mas, ao contrário dos veículos de Manaus, os bondes elétricos em Belém trafegaram sempre pelo lado direito, nas vias de mão dupla.

Em 1940, vinte bondes fechados foram adquiridos em segunda-mão de Cardiff (em Wales, na Grã-Bretanha). Eles eram os únicos que um visitante encontraria rodando em Belém em 1946. O sistema de bondes dessa cidade paraense foi o primeiro grande sistema brasileiro a fechar, o que ocorreu por razões financeiras, em 27/4/1947.

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Lista Cronológica de Mapas da Cidade de Belém entre 1889-1918

1889 Planta da Cidade de Belém Planta della città di Belém Clique aqui para acessar a publicação original de Estações Ferroviárias Mapa da C...