No desenrolar desse processo modernizador, os transporte assumiram um papel primordial na vida cotidiana. Apesar de que, desde a década de 70 do século XIX, a cidade de Belém já contasse com bondes puxados por mulas, o então intendente (algo como prefeito na época) Antônio Lemos reclamava muito da Companhia da Estrada de Ferro Paraense, destacando, desde o mau estado dos bondes até a falta de educação dos condutores. Por isso, exigiu que essa concessionária implantasse o serviço de bondes elétricos, pois acreditava que só assim, seriam cessadas "de vez os inúmeros vexames à que esta (a população) dia e noite exposta com o atual serviço".
Para alívio da população e também do intendente, no dia 15 de Agosto de 1906 foram iniciados os trabalhos de eletrificação da viação urbana, sob a responsabilidade da companhia inglesa Pará Electric Railways and Lighting Company. A morosidade do trabalho de instalação fez com que diversas manifestações contra os bondes de tração animal ocorressem na cidade em 1907, inclusive com veículos tombados e incendiados pela população insatisfeita com a empresa concessionária. Finalmente em 15 de Agosto de 1907 foi inaugurada a primeira linha de bondes elétricos de Belém, que segundo Lemos tornando-se "tão aperfeiçoado e cômodo como os melhores da Europa e da América".
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